quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sou dramática,

intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo, eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, e falta de ar...

Clarice Lispector

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Não me façam feliz.

Por favor, não me saciem nem me deixem pensar que alguma coisa boa pode sair disso. Olhem para meus machucados. Olhem para este arranhão. Estão vendo ele crescer bem diante dos seus olhos, me corroendo? Não quero ter esperança de mais nada.

A Menina que Roubava Livros

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

domingo, 27 de novembro de 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011


- Caio Fernando Abreu, “Aqueles Dois”.


"A procura do meu Anjo de Marfim..."

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A senhora me desculpe,

mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (…) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas…Mas não posso explicar a mim mesma.

Alice no País das Maravilhas

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Lembre-se:

se você faz aquilo que deve fazer no exato momento em que tem de ser feito, algum dia você poderá fazer tudo o que desejar, no momento em que desejar. Qualquer coisa que você faça ou tudo aquilo que você sonhe, tenha a certeza: pode se tornar realidade. Proponha-se somente a começar. A ousadia se forma com talento, poder e magia.

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Medo,

Acho que é essa a palavra exata neste momento. Tenho medo. De que? Não sei ao certo, de ser feliz, talvez.. Ou talvez seja apenas insegurança. Não sei. Eu queria acreditar, queria confiar, fechar meus olhos e ser levada. Eu tento, mas tá difícil. Mesmo.

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

domingo, 20 de novembro de 2011

Sou do time se-quer-falar-fala-logo.

É bem melhor chegar e dizer logo a que veio. Sem nenhuma máscara ou algo do gênero. Abrir e boca e deixar o coração fazer o resto. Porque bom mesmo é quem fala com o coração.

— Clarissa Corrêa

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Todos parecem estar caminhando numa mesma direção,

mas acredite, nem todos tomarão o mesmo rumo em suas vidas. Alguns se perderão e poderão nunca mais se encontrar novamente, outros que já estão perdidos poderão se encontrar ao caminhar numa direção mais adequada, os fracos desistirão quando estiverem mais perto do que longe, os sonhadores se tornarão os exemplos de persistência e de glória.

-
Lucas Aurélio

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

É fácil amar o outro na mesa de bar,

quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado. Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja. Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já foram embora. Quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na plateia. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, do nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro. Difícil é amar quem não está se amando. Mas esse talvez seja, sim, o tempo em que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade, e ,especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente.

Ana Jácomo

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Ela pegou o primeiro ônibus que parou em sua frente...

...Nem se quer leu para onde ele iria. Mas era essa a sua intenção […] Ela se senta no banco da janela e vê que já está bem longe de casa, mas não se importa. Abre sua bolsa, onde levava junto com ela uma caneta e um caderno, onde começa escrever sem parar, quase sem pensar: “Eu precisava disso. Eu realmente precisava […] Precisava de um tempo pra me achar, me entender… Me encontrar. Olhando o meu reflexo no vidro, vi que já não me reconhecia mais. E isso doeu. Apertou o meu coração. E quer saber o que eu vi? Eu vi uma garotinha frágil, escondida atrás de um rosto ligeiramente frio e sem sentimentos. Um rosto cansado […] Cansado de que realmente? Talvez seja de tanto sofrer… De tanto forjar os sorrisos […]” E então o ônibus para. Ela olha em volta, para ver se reconhece o local. Mas não, ela estava em um lugar obscuro, deserto e frio. Um lugar que combinava com ela.

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Decepção mata,

mas não é dessas mortes reais que te levam ao precipício e enchem teus peitos de areia - não, é pior ainda -, é daquelas que te matam lentamente, a cada passo que tu dar, a cada movimento feito, a cada olhar, a cada sorriso, a cada lágrima, tudo vai corroendo teu interior aos poucos, e aquilo vai te deteriorando por dentro, como pessoa. É como se de uma hora pra outra, tudo aquilo que estava em sua volta viesse a desmoronar, e um mundo inteiro em que você doou, seu coração, doou-se de toda alma, de dentro pra fora, viesse a te soltar as mãos e te deixando aos caminhos daí, simplesmente sozinho. Tanto se confia, tanto se deixa acreditar, e no fim… descobrir de todas as mentiras, de todas as promessas que nunca iriam ser cumpridas, dói um cadinho de lá e de cá, e vai te machucando, internamente, essa morte, pode até parecer clichê, mas é a pior de se ter. Já nem sei mais pra onde estão indo minhas palavras vãs, talvez caindo em um mar de outras ilusões que aparecerão me confortando, e eu como sempre acreditarei e me deixarei levar, sendo uma pessoa altamente sujeito a decepcionar-me outra vez, mas sempre assim: me deixo levar, leve, pelo que me encanta nos momentos em que me sinto mais necessitando de algo assim. Mas o que machuca mesmo é saber em que momento assim a decepção foi remediada, não pensaram em como aquilo poderia te atingir, não é mesmo? Simplesmente chegam e estragam tudo, nem quer correm atrás pra consertar os erros cometidos, e isso é o que mais dói. Mas aprendi um tanto quanto que essa coisa se doar, se acreditar demais, só serve para o teu desabo e sofrimento, e no fim não é nada bom passar por tais situações, não é mesmo? Por isso, mesmo querendo bem lá no fundo que todo mal seja concebido na vida da pessoa que te fez sofrer, seja tão grande quanto o meu, eu não consigo, talvez seja o amor que eu sinta que não me deixa querer que ela sofra tanto quanto eu, pois eu sei que vai doer, e isso eu não quero a ninguém que eu amo, não mesmo.

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Daí ela sorriu,

mas sorriu pra dentro, sorriu pra se ouvir, sorriu pra espantar os males que estavam pairando por dentro. Sentiu-se tão bem… parecia que aquele tão simples sorriso fizera toda uma imensidão de feridas e dores, desaparecerem. Parecia que por um momento — naquele momento específico — estava sendo feliz de verdade, com os olhos fechados, com a alma lavada, se deixou embalar pelos tracejados de seu tão singelo sorriso. Era como se os milhões de problemas que haviam embaralhado-se em sua vida, de uma hora pra outra, tinham desatado e liberado um sopro de flores que saíam de seu corpo, flores essas que cobriam seu corpo de uma paz tal que só faziam aquele sorriso que começou tão pequeno, abrir-se cada vez mais (…) aquela coisa de “sorrir pra dentro” deu mais certo do que ela havia imaginado, pois foi a única forma encontrada pra manter-se de pé, pra manter-se firme quando a queda já era praticamente certa, era como se aquilo a fizesse ver o quão bom é essa coisa de amor próprio. — Por quê? Bem simples, bem ali… teria deixado de lado todos os tais. Bem ali teria se libertado de um mal, dos piores o menor, aquele que um dia tanto a fez sofrer chamado Apego, aquele sentimento de preencher-se dos outros e secar-se de si —. E com aquele sentimento tão belo que havia preenchido o seu interior, se deixou amar-se, se deixou cuidar-se, se deixou voar, se deixou… e assim foi, foi feliz por um momento breve, talvez, mas que teria feito toda a diferença. O melhor de tudo foi saber que ela precisou apenas de si mesma para que tal episódio acontecesse:

— Ela apenas sorriu e foi feliz.


"A procura do meu Anjo de Marfim..."

domingo, 13 de novembro de 2011

Ela e Ele.

Ela: Sabe, eu queria alguém que me entendesse, tivesse gostos parecidos com os meus e alguém que me ame
Ele: Eu te entendo
Ela: É muito difícil encontrar alguém assim
Ele: Eu e você gostamos da mesma banda, por exemplo…
Ela: É temos bom gosto…E eu também quero alguém me complete que seja a minha metade
Ele: Eu te amo
Ela: Eu também gosto muito de você
Ele: Eu acho que você é minha metade. Eu te amo
Ela ficou quieta ...
Ele: Será que eu tenho que escrever na minha testa, que eu sou o cara que você ta procurando?
Ela continuou quieta e então ele a beijou...









-Denis


"A procura do meu Anjo de Marfim..."

sábado, 12 de novembro de 2011

Às vezes me pergunto: Como pode existir alguém assim como eu?

Que sempre faz tudo ao contrário, que sempre se arrepende de atitudes tomadas, que sempre sente pelo que não devia sentir. Se digo que vou mudar, acabo permanecendo a mesma coisa de sempre, tudo vai, nada fica e nada volta, não pra mim. Se digo que não vou mais me entregar nas mãos desse amor, logo estou em domínio dele outra vez. Se digo que não praticarei mais o apego, lá estou eu e essa merda de apego, e incrível como sou eu quem nunca solta, engraçado como sou eu quem sempre permanece. Se digo que não vou me mover, se digo que não vou correr atrás, logo estou ali andando em passos largos atrás de quem já está tão distante do meu eu. Como pode uma pessoa ser assim tão tola? Não sei bem a resposta, mas acaba acontecendo, já tentei mudar fortemente, mas nunca ocorre de fato, sempre acabo cometendo um dos erros citados, sempre acabo me doando em mãos de algo tão incerto.

Prometi que não ia falar de algo assim nunca mais, prometi nunca mais escrever sobre amor, ou falta dele, ou tristeza, ou tanto faz. Mas olha eu aqui, rabiscando palavras sobre o mesmos…

É, não tem jeito, eu sou eu e erros, apenas.


"A procura do meu Anjo de Marfim..."

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Alguns precisam de mim,

outros querem apenas o que tenho. É difícil conseguir diferenciar o interesse, quando não se sabe o verdadeiro motivo de ser enxergado por quem nunca nos viu.

-
Lucas Aurélio

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

quarta-feira, 9 de novembro de 2011






A menininha não imaginava ...

... que crescer era a mais inesquecível e também dolorosa fase da vida. A inocência de menina se perderia ao primeiro beijo e ao primeiro disparo descontrolado do coração. Sua vida passaria por um turbilhão de acontecimento e sentimentos, tudo ao mesmo tempo. É assim que acontece quando a vida quer colocar seus próprios limites em teste.
Mas é no meio de tanta confusão que ela vai descobrir o que realmente faz sentido, o que vale a pena e porque está acontecendo com ela. Ela vai rir, chorar, abraçar, se despedir, desistir, conseguir. Ela vai ser feliz no final.

- Denis


"A procura do meu Anjo de Marfim..."

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Toda garota,

já ficou horas escolhendo a roupa certa para usar, se maquiou e penteou o cabelo mas no final se achou feia.
Toda garota
já passou ao lado da pessoa que ama milhares de vezes só para ser notada e receber um simples “oi” que tem a capacidade de mudar o dia.
Toda garota
já chorou e desabafou antes de dormir mas no outro dia levantou e seguiu com a vida como se nada de errado tivesse acontecido, disfarçando suas dores com um belo sorriso, torcendo para que alguém perceba o que nada está certo e diga “eu me importo com você”.
Toda garota já ficou horas online no msn esperando aquela pessoa especial entrar, mas quando isso aconteceu não teve coragem de conversar por medo de incomodar.
Toda garota
já escreveu cartas e declarações mesmo sabendo que ninguém leria além dela mesma.
Toda garota
já passou um tempo do mês irritada com todo mundo, sem paciência para nada e com muitas dores impossíveis de serem entendidas pelos garotos.
Todas as garotas tem algo em comum. Mas sabe o que é mais interessante? Cada uma tem suas diferenças, seu próprio jeito de pensar e agir. Garotas ao mesmo tempo que são iguais acabam sendo diferentes, não tem como entender nem explicar, simplesmente garotas são especiais.


"A procura do meu Anjo de Marfim..."

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Passou pela minha cabeça voltar,

mas o vento balançou os meus cabelos e mostrou que o caminho é para frente, reto e sem curvas.

Caio Fernando Abreu

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

domingo, 6 de novembro de 2011

Eu não vou mais lhe pedir...

... para ficar. Fique se puder. Fique se amar. Fique se o meu amor bastar.

- Joy Rachel


"A procura do meu Anjo de Marfim..."

sábado, 5 de novembro de 2011

Basta final de tarde fria,

uma ou duas doses de solidão e músicas compostas por alguém conhecedor de minhas dores, para que em contraponto ao sentir meu corpo arda em desejo por você. Essas músicas que me entristecem deveriam estampar a verdade em minha cara, não me deixar arfando sem você por essas bandas. E quando penso em sentir raiva, balbucio num ruído quase inaudível seu nome. “Eu vou dizendo na seqüência bem clichê, eu preciso de você…

Bruna Cassiano

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Cartas escritas em silêncio,

durante uma noite de insônia. Cartas com letras perfeitas, cartas com letras ilegíveis. Cartas com versos rimados, cartas com palavras difíceis. Cartas que não foram enviadas, cartas com vários pedidos. Cartas de uma garota apaixonada, cartas de um garoto iludido.

- Lucas Aurélio

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ela não era tola.

Mas como quem não desiste de anjos, fadas, cegonhas com bebês, ilhas gregas e happy-ends cinderelescos, ela queria acreditar. Até a noite súbita em que não conseguiu mais. Sem pensar em nada, sem nenhuma amargura, nenhuma vaga saudade, rejeição, rancor ou melancolia. Nada por dentro e por fora além daquele quase novembro, daquele sábado, daquele vento, daquele céu azul - aquela não dor, afinal.

— Caio Fernando Abreu

"A procura do meu Anjo de Marfim..."

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Eu gosto ...

... do cheiro dos livros. Gosto de interromper a leitura num trecho especialmente bonito e encostá-lo contra o peito, fechado, enquanto penso no que foi lido. Depois reabro e continuo a viagem. Gosto do barulho das paginas sendo folheadas. Gosto das marcas de velhice que o livro vai ganhando: a lombada descascando, o volume ficando meio ondulado com o manuseio. Tem gente que diz que uma casa sem cortinas é uma casa nua. Eu penso o mesmo de uma casa sem livros.

— Martha Medeiros


"A procura do meu Anjo de Marfim..."

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Eu te ...

... amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.

— Caio Fernando Abreu


"A procura do meu Anjo de Marfim..."